Texto. Por Renan Ramalho, G1, Brasília
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF),
negou nesta quarta-feira (3) um pedido de liberdade do ex-ministro Antonio
Palocci, preso desde setembro do ano passado em Curitiba, pela Operação Lava
Jato.
Relator do caso no STF, Fachin já havia negado pedido de soltura semelhante no início do mês passado.
Relator do caso no STF, Fachin já havia negado pedido de soltura semelhante no início do mês passado.
A decisão de Fachin foi proferida individualmente por se
tratar da primeira decisão do pedido de habeas corpus no âmbito do STF, que
cabe somente ao relator da ação.
Após negar a liberdade ao ex-ministro, Fachin decidiu levar
a questão ao plenário do Supremo para que os outros dez ministros chancelem, ou
não, a decisão (leia mais sobre a decisão ao final desta reportagem).
O ex-ministro responde a processo conduzido pelo juiz Sérgio
Moro por suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro, acusado pelo
Ministério Público de receber propina da Odebrecht para beneficiar o grupo em
contratos e licitações da Petrobras.
A defesa argumentou que não havia motivo suficiente para a
prisão, ou seja, que ele não representava risco às investigações.
O novo pedido de Palocci contestava outra decisão, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), que em abril também negou a liberdade ao
ex-ministro.
Na ocasião, a Quinta Turma do STJ considerou risco de
cometimento de novos crimes de lavagem de dinheiro, tendo em vista que Palocci
ainda tinha recursos no exterior ainda não bloqueados, e solto, poderia fazer
transações para ocultar a origem do dinheiro.
Também levou em conta que equipamentos de informática foram
retirados da empresa de Palocci, com a finalidade de dificultar a investigação.
Ao analisar novamente o caso, Fachin não viu “ilegalidade
flagrante” na decisão de prender o ministro, determinada pelo juiz Sergio Moro,
que conduz a Lava Jato na primeira instância.
“O deferimento de liminar em habeas corpus constitui medida
excepcional por sua própria natureza, que somente se justifica quando a
situação demonstrada nos autos representar manifesto constrangimento ilegal, o
que, nesta sede de cognição, não se confirmou”, escreveu o ministro.
Decisão
Após negar o pedido de liberdade, Fachin proferiu outro
despacho nesta quarta para levar sua decisão para análise no plenário do STF,
que poderá confirma-la ou derruba-la.
Na prática, todos os 11 ministros da Corte terão de decidir
se mantém ou revogam a prisão de Palocci.
A opção de levar a questão a plenário ocorre após derrotas
consecutivas de Fachin na tentativa de manter prisões de acusados na Lava Jato
votadas na Segunda Turma do STF, que é composta somente por cinco ministros –
Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Dias Toffoli.
Nesta terça, por exemplo, a Segunda Turma revogou a prisão
do ex-ministro José Dirceu, por 3 votos a 2. Fachin foi um dos votos derrotados
- além dele, o ministro Celso de Mello votou pela manutenção da prisão.
É possível que no plenário Fachin tenha mais chances de
manter a prisão de Palocci, já que é composto também por Alexandre de Moraes,
Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia.
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