amedia e gonorreia, juntas, contagiam 200 milhões de pessoas
por ano
Por Helô D'Angelo, da Super access_time 2 set 2016, 20h43 -
Atualizado em 21 out 2016, 09h50 more_horizCamisinha
Camisinha: com tanta gente ficando doente, os antibióticos
estavam sendo administrados sem cuidado nenhum - e muitas vezes, por tempo
demais ou em doses desnecessariamente altas (Keith Brofsky/Thinkstock)
Você usa camisinha? Porque a coisa está ficando séria:
segundo a Organização Mundial da Saúde, sífilis, clamídia e gonorreia – doenças
bacterianas – estão ficando resistentes aos antibióticos mais usados contra
elas. E infectam cada vez mais pessoas.
As infecções são três das doenças sexualmente transmissíveis
(DST) mais frequentes: juntas, elas contagiam 200 milhões de pessoas por ano –
todo ano, são 131 milhões infectadas pela clamídia, 78 milhões pela gonorreia e
5,6 milhões pela sífilis.
Com tanta gente ficando doente, os antibióticos estavam
sendo administrados sem cuidado nenhum – e muitas vezes, por tempo demais ou em
doses desnecessariamente altas.
Esse uso exagerado de antibióticos é justamente o que tem
feito as bactérias se tornarem mais resistentes. O caso da gonorreia é o pior:
a OMS afirma que já existem cepas da bacteria N. gonorrhoeae, causadora da
doença, que não respondem a nenhum dos medicamentos que existem.
O cenário para sífilis e clamídia não é tão extremo, mas
seus agentes causadores já se mostram bem mais resistentes à medicamentos
também, o que preocupa a organização.
Por isso, na terça (30), a OMS aconselhou uma mudança nos
tratamentos padrão para essas doenças. Para começar, a organização recomenda o
uso do antibiótico certo para cada caso, em doses mais controladas do que se
tem usado até agora – cada serviço de saúde em cada país deve ficar responsável
por definir o medicamento.
Outra recomendação, mais específica, é não usar a quinolona,
um tipo de antibiótico comum nos casos de infecções bacterianas como a sífilis,
a gonorreia e a clamídia. Para fechar, a OMS pediu que os governos prestem
atenção no aumento da resistência dessas bactérias, ano a ano.
Tudo isso deve aumentar os custos de tratamento, já que os
antibióticos específicos são, geralmente, os mais novos – e mais caros. Fora
que estudar os tipos de cepa que cada pessoa infectada tem antes de receitar um
medicamento também vai dar um baita trabalho.
Transmissão e sintomas
A sífilis é transmitida por meio do contato com feridas de
pessoas infectadas – elas podem aparecer nos genitais, no ânus, na boca ou em
outras partes do corpo.
A doença também pode ser transmitida de mãe para filho
turante a gestação ou no parto (por ano, a transmissão desse tipo provoca cerca
de 143 mil mortes fetais e nascimento de natimortos, além de 62 mil mortes
neonatais, segundo a OMS).
Quem tem sífilis pode desenvolver essas feridas em um
estágio inicial, mas elas saram logo e se tornam erupções com pus.
Aí, esses sintomas desaparecem, até que um tempo depois (às
vezes até anos), a doença volta à atividade e causa danos ao cérebro, aos olhos
e ao coração.
Já a clamídia, a mais comum das DSTs causadas por bactérias,
causa um ardor forte ao urinar ou corrimentos genitais – embora a maioria das
pessoas não apresente sintomas. A gonorreia pode provocar, além de dores nos
genitais, infecções e muita dor no reto e na garganta.
As três doenças, caso não sejam diagnosticadas e tratadas a
tempo, podem causar problemas graves a longo prazo – mesmo que não apresentem
sintomas por um tempo. As mulheres, por exemplo, podem desenvolver gravidez
ectópica (fora do útero), inflamações na região pélvica e abortos espontâneos.
Nos dois sexos, a sífilis, a gonorreia e a clamídia podem causar infertilidade,
além de aumentarem o risco da pessoa ser infectada pelo HIV.
Então, peguem as camisinhas!
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