quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Ex-senador Roger Pinto será cremado no Brasil, e cinzas, levadas à Bolívia; entenda

Família tomou decisão por temer dificuldades no traslado do corpo; político estava asilado no Brasil desde 2013. Molina passou quatro dias internado, após cair com avião em Goiás.
 Por Mateus Rodrigues, 
G1 DF

 O senador boliviano Roger Pinto acena de dentro da casa do advogado Fernando Tiburcio Pena em Brasília, após entrar no país com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias asilado na embaixada do Brasil. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)        O senador boliviano Roger Pinto acena de dentro da casa do advogado Fernando Tiburcio Pena em Brasília, após entrar no país com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias asilado na embaixada do Brasil. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O senador boliviano Roger Pinto acena de dentro da casa do advogado Fernando Tiburcio Pena em Brasília, após entrar no país com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias asilado na embaixada do Brasil. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O corpo do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, declarado morto nesta quarta-feira (16) após um acidente aéreo no último sábado (12), deve ser cremado em solo brasileiro. A família do político optou pelo procedimento porque temia "dificuldades burocráticas e políticas" para enviar o corpo à Bolívia.
As informações foram passadas ao G1 pelo ex-advogado de Molina e amigo da família, Fernando Tibúrcio. Segundo ele, as cinzas de Pinto Molina devem ser levadas à cidade boliviana de Cobija – onde ele foi eleito vereador – e lançadas em um lago da região, como uma homenagem.
"Ele queria passar os últimos dias por ali, disse que voltaria à Bolívia no ano que vem, ainda que fosse para ser preso. É uma forma de respeitar esse desejo."



O ex-senador boliviano ficou conhecido no Brasil em 2013, quando buscou asilo político alegando perseguição do então presidente Evo Morales (leia abaixo). Por causa disso, a família temia que o processo de traslado do corpo fosse ainda mais caro e burocrático que o normal.


A esposa e as três filhas de Molina moram em Epitaciolândia, no Acre – cidade que faz divisa com Cobija, na Bolívia. Elas vieram a Brasília para acompanhar o quadro do ex-senador mas, segundo Tibúrcio, apenas uma das filhas chegou a tempo de se despedir do pai.





Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)        Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

 
Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
O corpo do político foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) na tarde desta quarta, após perícia, mas a cremação depende de autorização judicial. A família diz esperar que o trâmite seja concluído nos próximos dias, "o mais rápido possível". O DF não oferece esse tipo de serviço, e o crematório mais próximo fica em Valparaíso, no Entorno.
A queda do avião é investigada pela Polícia Civil de Goiás. Fernando Tibúrcio afirmou ao G1 que Roger Pinto Molina tinha revalidado, no Brasil, a habilitação de piloto obtida na Bolívia, e tentava ganhar "confiança" para atuar profissionalmente no setor.
"Ele estava tentando se reerguer profissionalmente. Essa aeronave era pequena, ele usava como avião de instrução, queria trabalhar com isso."
Em nota divulgada à tarde, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que recebeu a notícia da morte com consternação.
"De caráter generoso e afável, ajudava outros refugiados e recebeu apoio e amizade de muitos políticos brasileiros, de diversas colorações ideológicas. Morre hoje longe de sua terra, mas rodeado pelo respeito e pela estima que sua trajetória política e humana lhe garantiram", diz o texto.
Roger Pinto, senador boliviano da oposição, em foto de abril de 2010 (Foto: Reuters)        Roger Pinto, senador boliviano da oposição, em foto de abril de 2010 (Foto: Reuters)
O acidente com o boliviano ocorreu após a decolagem no Aeroclube de Luziânia, cidade do Entorno do Distrito Federal. Os bombeiros prestaram os primeiros atendimentos e informaram que Molina tinha várias lesões pelo corpo, mas estava consciente.



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