Família tomou decisão por temer dificuldades no traslado do
corpo; político estava asilado no Brasil desde 2013. Molina passou quatro dias
internado, após cair com avião em Goiás.
Por Mateus Rodrigues,
G1 DF
O senador boliviano
Roger Pinto acena de dentro da casa do advogado Fernando Tiburcio Pena em
Brasília, após entrar no país com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo
Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias asilado na embaixada do Brasil.
(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters) O
senador boliviano Roger Pinto acena de dentro da casa do advogado Fernando
Tiburcio Pena em Brasília, após entrar no país com a ajuda do diplomata brasileiro
Eduardo Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias asilado na embaixada do
Brasil. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O senador boliviano Roger Pinto acena de dentro da casa do
advogado Fernando Tiburcio Pena em Brasília, após entrar no país com a ajuda do
diplomata brasileiro Eduardo Saboia. Pinto fugiu da Bolívia após 454 dias
asilado na embaixada do Brasil. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O corpo do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina,
declarado morto nesta quarta-feira (16) após um acidente aéreo no último sábado
(12), deve ser cremado em solo brasileiro. A família do político optou pelo
procedimento porque temia "dificuldades burocráticas e políticas"
para enviar o corpo à Bolívia.
As informações foram passadas ao G1 pelo ex-advogado de
Molina e amigo da família, Fernando Tibúrcio. Segundo ele, as cinzas de Pinto
Molina devem ser levadas à cidade boliviana de Cobija – onde ele foi eleito
vereador – e lançadas em um lago da região, como uma homenagem.
"Ele queria passar os últimos dias por ali, disse que
voltaria à Bolívia no ano que vem, ainda que fosse para ser preso. É uma forma
de respeitar esse desejo."
O ex-senador boliviano ficou conhecido no Brasil em 2013,
quando buscou asilo político alegando perseguição do então presidente Evo
Morales (leia abaixo). Por causa disso, a família temia que o processo de
traslado do corpo fosse ainda mais caro e burocrático que o normal.
A esposa e as três filhas de Molina moram em Epitaciolândia,
no Acre – cidade que faz divisa com Cobija, na Bolívia. Elas vieram a Brasília
para acompanhar o quadro do ex-senador mas, segundo Tibúrcio, apenas uma das
filhas chegou a tempo de se despedir do pai.
Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano
Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto:
Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto
Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de
Bombeiros)
Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano
Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto:
Divulgação/Corpo de Bombeiros)
O corpo do político foi liberado pelo Instituto Médico Legal
(IML) na tarde desta quarta, após perícia, mas a cremação depende de
autorização judicial. A família diz esperar que o trâmite seja concluído nos
próximos dias, "o mais rápido possível". O DF não oferece esse tipo
de serviço, e o crematório mais próximo fica em Valparaíso, no Entorno.
A queda do avião é investigada pela Polícia Civil de Goiás.
Fernando Tibúrcio afirmou ao G1 que Roger Pinto Molina tinha revalidado, no
Brasil, a habilitação de piloto obtida na Bolívia, e tentava ganhar
"confiança" para atuar profissionalmente no setor.
"Ele estava tentando se reerguer profissionalmente.
Essa aeronave era pequena, ele usava como avião de instrução, queria trabalhar
com isso."
Em nota divulgada à tarde, o ministro de Relações
Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que recebeu a notícia da morte com
consternação.
"De caráter generoso e afável, ajudava outros
refugiados e recebeu apoio e amizade de muitos políticos brasileiros, de
diversas colorações ideológicas. Morre hoje longe de sua terra, mas rodeado
pelo respeito e pela estima que sua trajetória política e humana lhe
garantiram", diz o texto.
Roger Pinto, senador boliviano da oposição, em foto de abril
de 2010 (Foto: Reuters) Roger
Pinto, senador boliviano da oposição, em foto de abril de 2010 (Foto: Reuters)
O acidente com o boliviano ocorreu após a decolagem no
Aeroclube de Luziânia, cidade do Entorno do Distrito Federal. Os bombeiros
prestaram os primeiros atendimentos e informaram que Molina tinha várias lesões
pelo corpo, mas estava consciente.
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