Cobras e lagartos aguarde
Em 1989 a Rede Globo exibia uma novela com o título, Que Rei
sou Eu? O folhetim ironizou a situação político-brasileira, e foi escrita por
Cassiano Gabus Mendes. Isso há 28 anos. A novela contava a história de um país
que vivia envolto em corrupção e armações de seus políticos e nobres para a
qualquer preço se manter no poder e roubar do país e da população o máximo que
podiam. Claro que o folhetim era de ficção e a trama montada em forma de
comédia e que mostrava, para o bom entendedor, os bastidores do país que na
realidade era o nosso Brasil. Um personagem famoso e engraçado desta novela era
o mestre Ravengar e em um determinado capítulo desta novela ele ensinava um de
seus aprendizes a identificar os continentes. Pediu que ele apontasse no globo
terrestre a Ásia, Europa – onde no folhetim se encontrava o país fictício - A
África e por fim perguntou ao jovem aprendiz onde estava a América do Sul. Ao encontrar
o continente o jovem fica espantado com o tamanho de um país e pergunta a ele
que país é este se referindo ao Brasil. O mestre Ravengar então responde que é
um país que está sendo colonizado pelos portugueses e que este país no futuro
será um exemplo para o mundo. O jovem pergunta a ele: Exemplo do que mestre?
Sem pensar ele responde: Um exemplo para o mundo de corrupção e vagabundagem.
O que mudou deste folhetim em 1989 para cá? Acredito, e
tenho quase certeza que a maioria de vocês deverá concordar comigo, que estas
previsões fictícias de um noveleiro se concretizaram. O país do folhetim vivia
um sistema monarquista e alguns anos depois no mundo real, para ser exato em 21
de abril de 1993 no Brasil foi realizado um plebiscito para determinar a forma
e o sistema de governo do país. Após a redemocratização do Brasil, uma emenda
da nova Constituição determinava a realização de um plebiscito no qual os
eleitores iriam decidir se o país deveria ter um regime republicano ou
monarquista controlado por um sistema presidencialista ou parlamentarista. A
maioria dos eleitores votou a favor do regime republicano e do sistema
presidencialista. No que se referia ao sistema de governo o presidencialismo
alcançou 55,4% dos votos. Quanto ao regime de governo o republicano chegou a
66% dos votos dos eleitores. Mesmo assim tivemos 10,2% dos eleitores que
votaram na Monarquia. Ou seja, queriam que o país tivesse um dono. Cultura de
um povo que tem sua origem em um sistema colonial. Estou abordando estes fatos
históricos para chegar até a propaganda que o governo atual, que considero
transitório, vem fazendo nos meios de comunicação. O final da mensagem, de
todas as propagandas diz o seguinte: Este é o Brasil de Temer. Brasil de Temer?
Não, estão redondamente enganados. Brasil dos brasileiros! Não votamos em
monarquia para ter dono! Temer está presidente do Brasil por uma circunstância
e não por vontade do povo. Talvez por vontade dos chamados mortadelas que
votaram na Dilma que carregava ele junto. Quando fomos às ruas pedir o
impeachment da Dilma não foi o fim de nossas mudanças para transformar nosso
país em uma república democrática verdadeira. Foi sim o começo de um processo
que ainda irá levar décadas para acontecer. Temos muitos corruptos e vagabundos
para tirar do poder como profetizou no folhetim o Ravengar. Nossa luta está
apenas no começo e não podemos deixar que as migalhas jogadas aos pombos como a
liberação do FGTS nos iludam. Devemos continuar a nossa luta pelas mudanças que
queremos. Temer não é um presidente eleito por nós povo brasileiro. É um
presidente transitório que poderia estar lá não somente pelo impedimento da
Dilma, mas por outras circunstâncias. Como exemplo o vice que assume após a
morte do presidente como aconteceu com falecimento de Tancredo Neves então
presidente. Não admito que este ou qualquer presidente vá aos meios de
comunicação dizer que é o Brasil dele. Não sou escravo, sou livre e quem
estiver no comando da nação será sempre um empregado do povo .brasileiro. O
país é nosso e não dele ou de qualquer outro que assuma por tempo determinado o
comando do nosso Brasil,.aguarde
sobre esta história.
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