Relação de grampeados tem 43 números de telefones. Esquema da PM monitorou políticos, jornalistas, advogados e médicos em Mato Grosso.
Uma garota de programa, uma empresária e quatro médicos, incluindo um que é casado com uma juíza, constam de mais uma lista de pessoas cujas ligações foram grampeadas pela Polícia Militar numa suposta investigação sobre tráfico de drogas. A 'nova' relação está inserida numa decisão judicial de outubro de 2015 que autoriza as interceptações telefônicas. No total, são 43 números, sendo que 19 já tinham sido monitorados. Outras determinações tinham permitido que fossem alvo do esquema políticos de oposição ao governo, advogados e jornalistas.
Os nomes foram sendo inteceptados a pedido do cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, sob a justificativa de que seriam pessoas envolvidas com tráfico de drogas e armas na região de Cáceres. O Núcleo de Inteligência, conforme esse policial, estaria investigando a suspeita de que um então tenente-coronel e um sargento estariam cometendo esses crimes.
A empresária Ana Karine Roder aparece na lista como "Márcio Cavalhada". Procurada, ela disse que não sabia que estava com o telefone grampeado e disse que vai acionar um advogado para saber quais providências tomar. Uma garota de programa, que não quis se identificar, está na lista como "Juliano Albuquerque de Almeida". Esse nome também foi usado para outros quatro números de telefone, sendo que um deles pertence a um tenente da PM em Barra do Garças.
Os números repetidos de telefones grampeados foram identificados com outros nomes em relação às listas anteriores. O do desembargador José Ferreira Leite, por exemplo, que já havia sido chamado de "Capanga Fazenda Grandene", desta vez aparece como "Sargento Wilson".
O médico Sérgio Dezanetti, que na lista anterior era o "Vulgo Sergito", agora é "Marcelo Duarte", mesmo nome para se referir ao médico Luciano Florisbelo da Silva. Outros dois médicos, que são sócios de Dezanetti e Silva numa empresa de serviços de saúde, também aparecem de forma repetida nessa relação. Hélio de Lima Júnior e Paullineli Martins são identificados como "Rubão de Tal", enquanto na anterior os dois eram "Nelinho".
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