Estamos novamente em meio a um turbilhão de escândalos
públicos, o que tem sido uma situação constante desde a época em que éramos uma
simples colônia. Como diz o adágio popular vivemos na “casa da mãe Joana”.
No entanto, a questão da corrupção no Brasil é muito mais
profunda. Acredito que apenas uma pequena parte dos casos seja descoberta e
venha a público. Imagino que grande parcela fique escondida nas entranhas
públicas. Temos a corrupção política, a corrupção de servidores e de cidadãos
desonestos. A corrupção sempre tem dois lados, um corrompendo e outro sendo
corrompido.
É nítido que a máquina pública está comprometida. Desde
criança escutamos falar sobre a tal da corrupção, agora vemos, todo dia, ao
vivo e a cores na TV.
Na esfera política houve e há muito apadrinhamento para se
obter a dita governabilidade. Não importa os interesses da sociedade, desde que
os interesses pessoais e partidários sejam atendidos, com isso vem a briga pela
distribuição de cargos públicos, comissionamentos e outras benesses. Isto
ocorre em todos os níveis de governo (municipal, estadual e federal), afinal é
preciso acomodar todos os camaradas.
O exemplo mais recente da corrupção política em nosso país é
o escândalo do mensalão, que teve início em 2005 (sete anos atrás!) e somente
agora está tendo um desfecho.
No âmbito administrativo temos um carnaval de queixas,
denúncia e escândalos. Somente para citar alguns exemplos: a indústria de
multas de trânsito em diversas cidades, desvio de verbas através de falsas
ONGs, fiscais corruptos, licitações fraudulentas, entre tantas outras situações
que podem preencher um livro.
Se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que
inconscientemente, somos nós que financiamos toda essa corrupção. Os corruptos
visam o dinheiro público, que em última análise é o seu dinheiro e o meu
dinheiro, que disponibilizamos para a manutenção da sociedade.
Na medida em que os recursos destinados a financiar
hospitais, escolas, saneamento básico e outras necessidades primárias são
desviados, debaixo de nossos narizes, e não tomamos qualquer atitude, também
temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão.
Todo mês a
arrecadação tributária bate recordes, o governo encosta os contribuintes na
parede e suga a maior parcela dos seus recursos e tudo isso para quê? Para
vermos que o nosso dinheiro está sendo desviado, utilizado para manter um
gigantesco cabide de empregos, manter o inchaço da máquina pública ou aplicado
em obras fúteis, enfim, uma grande parcela escoando pelo ralo.
A cada dois reais desviados ou desperdiçados é um litro de
leite que está sendo tirado das crianças esfomeadas deste país!
Ao longo dos anos fomos vencidos pelo cansaço, nos tornamos
um povo apático a tudo isto. Somos pacíficos, mas não precisamos ser omissos.
Em outros países por questões muito menores o povo sai às ruas protestando e
cobrando os seus direitos. Temos que limpar a administração dos maus políticos
e servidores públicos que mancham nossa imagem, afinal carregamos a pecha de
sermos uma sociedade corrupta.
Falta-nos esse poder de mobilização e indignação, afinal
quem manda neste país é o povo brasileiro, sua vontade é soberana e cabe aos
ocupantes dos cargos públicos nos representar e, sobretudo, nos respeitar.
A situação pode, sim, ser mudada. Desde que você e eu nos
manifestemos abertamente, pois nossa manifestação, quando multiplicada, gerará
a necessária mudança da opinião pública sobre o assunto. Sinta-se à vontade
para utilizar ou compartilhar este artigo com seus amigos e colegas, e peça-os
para manifestarem também em blogs, twitters e outros meios, enviando cópia para
deputados, senadores e outras autoridades.
Mauricio Alvarez da Silva*
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