Segundo o
IBGE, foram perdidos 460 mil postos de trabalho formais em 2018
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Por Larissa
Quintino
Dados do
IBGE mostram que 23,2 milhões de pessoas, em média, trabalhavam por conta
própria no país (Agustin Marcarian/Reuters)
O número de
pessoas desempregadas no Brasil caiu em 2018, de 13,2 milhões em 2017 para 12,8
milhões. Mas o mercado de trabalho brasileiro está muito longe de viver o pleno
emprego. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), quatro em cada dez trabalhadores no país são trabalhadores
informais.
Segundo a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta
quinta-feira, 31, 91,8 milhões de trabalhadores, em média, estavam na força de
trabalho do país em 2018. Desse total, 41 milhões estão em situação de
informalidade, cerca de 44%, mesmo percentual de 2017. De 2017 para 2018, houve a perda de 460 mil
vagas com carteira assinada.
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A
informalidade tem diferentes causas: seja por terem emprego sem carteira
assinada (15,7 milhões, incluindo empregados domésticos), por trabalharem por
conta própria (23,2 milhões) ou mesmo por trabalharem com a família sem
receberem salários (2,1 milhões).
Segundo o
gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a desocupação é a saída encontrada,
principalmente para pessoas de baixa renda, para tocar a vida quando não há
emprego formal.
O
pesquisador enfatizou que a formalização do trabalho garante, além de maior
rendimento ao trabalhador, uma série de garantias sociais, como o Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), 13º salário, férias e direito ao Seguro
Desemprego.
“A falta da
proteção social e todos os benefícios que a formalidade garante não existe na
informalidade, que tem crescido de maneira agressiva”, explicou.
Apesar da
informalidade reduzir a desocupação, Azeredo reiterou que ela não irá
reformular o mercado de trabalho brasileiro. “É ilegal contratar sem carteira
assinada no país. Industrias e empresas grandes não contratam trabalhadores
informais. Então, quando a economia voltar a crescer, a carteira de trabalho
também voltará a subir”, ressaltou.
Sobre a
perspectiva de retomada na geração de postos formais, Azeredo disse que
permanece uma tendência de queda na contração com carteira assinada no primeiro
trimestre do ano, por conta do desligamento de trabalhadores temporários.
Historicamente, a perda é de cerca de 1,5 milhão Porém, essa queda está estável, ou seja, sem
sinais de aumento expressivo no curto prazo.
O
pesquisador ressaltou, porém, que somente a melhora geral na economia do país
será capaz de favorecer a retomada das contratações formais. “Quando tiver uma
economia melhor, com abertura de indústrias, com o religamento de máquinas e a
retomada de obras no setor da construção e voltarem a contratar, aí sim teremos
esse efeito de carteira de trabalho assinada em crescimento”, disse.
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