Investigações identificaram núcleos no entorno de Fabrício Queiroz, além de acusado de integrar milícia e familiares de ex-mulher de Jair Bolsonaro
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Por Da Redação - Atualizado em 19 dez 2019, 09h08 - Publicado em 19 dez 2019, 08h59
O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou seis grupos
envolvidos em uma suposta organização que atuava no gabinete do então deputado
estadual Flávio Bolsonaro — hoje senador — na Assembleia Legislativa do RJ. O
parlamentar é alvo de uma investigação para identificar a prática de
“rachadinha”, que consiste na devolução de parte dos salários de funcionários
do gabinete para o deputado e seria operada pelo seu ex-assessor Fabrício
Queiroz, policial militar aposentado.
De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à
Corrupção, o primeiro grupo é formado por Queiroz, sua esposa e duas filhas,
além de oito assessores que “mantiveram transações financeiras mais relevantes”
com suspeito de ser o pivô do esquema. O MPRJ também afirma que uma assessora
chegou a sacar praticamente todos os seus salários para o ex-PM.
As investigações também apontam um núcleo formado por
Adriano Magalhães da Nóbrega, suspeito de integrar a milícia conhecida como
“Escritório do Crime”, que atua na zona oeste da capital fluminense. Neste
grupo, o MPRJ incluiu a esposa de Nóbrega, Danielle Mendonça da Costa, e sua
mãe, Raimunda Veras Magalhães. As duas são apontadas como “ex-assessoras
fantasmas” que transferiam recursos para Queiroz.
No terceiro grupo, a maioria tem alguma relação de
parentesco com Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Este
núcleo conta com catorze pessoas, incluindo primos, tios, sua irmã Andrea
Siqueira Valle e o pai José Candido Procópio da Silva Valle. Segundo o MPRJ
todos são ex-assessores que, embora morassem em Resende na época dos fatos
investigados, sacavam os salários recebidos da Alerj e repassavam a outros
membros da organização criminosa.
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O MPRJ identificou um quarto núcleo, formado pelo sargento
da PM Diego Sodré de Castro Ambrósio e sua empresa de vigilância. Segundo as
investigações, o policial quitou com recursos próprios um boleto de 16.564,81
reais em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro. Além
disso, diz o MPRJ, realizou transferências para outros assessores da Alerj e
para a conta de uma loja de chocolates da qual o senador é sócio.
O quinto grupo apontado pelo MPRJ envolve suspeitas de
lavagem de dinheiro e Alexandre Ferreira Dias Santini, sócio de Flávio na loja
de chocolates, além de sua antiga empresa de comércio exterior e logística.
O sexto e último núcleo é formado, segundo o MPRJ por Glenn
Howard Dillard e sua empresa de consultoria imobiliária, “envolvidos em ato de
lavagem de dinheiro mediante aquisição subfaturada de imóveis”.
FABRÍCIO QUEIROZ
FLÁVIO BOLSONARO
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